quarta-feira, 7 de novembro de 2007

...desejos!


Corro ao teu encontro
Sem gana, nem culpa
Deleito-me em teus braços
Soberba, confusa

Sorridente, deslumbrante
Te quero e te aceito
Venero o teu desejo
Tua lascívia atordoante

Procuro, ansiosa o que não vejo
Preencho as lacunas que a vida deixou
Os espaços vazios de um outro desejo
As saudades que de outro amor restou

Selando meus lábios ao teu
Suspirando desejos e medos
Vencendo sonhos e tormentos
Assim sou tua, como és meu!

... palavras ao vento!


Eu, tecendo os versos
Como quem recria a vida
Lançando palavras ao vento
Na aurora de cada novo dia

A profusão de essências e gostos
Cores pálidas, pele rubra
Tua face em meu colo
Gestos parcos, loucura abrupta

A luz difusa das velas, cambaleante
Tecendo figuras disformes
Sombras inquietas e ofegantes

O som incessante de teus gemidos
As lembranças de tua presença
Tua ausência, insana agonia...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

...nós!


Suas mãos delineando meu corpo
A respiração ofegante a nos embalar
As palavras se dissipando no ar
E as frestas de luz, na escuridão

Teu gosto e teu cheiro
Nossos corpos a se desencontrar
O seu beijo e teu toque...
Tuas carícias a me estimular

O receio de um novo envolvimento
A nostalgia dos nossos momentos
Tudo se confunde em minha mente
Como um devaneio de emoções
Palavras que insistem calar
Outras insanas, não tardam a sair...
Teu olhar, sublime a me seduzir
Teu desejo, ávido a me guiar!


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

bela alma


instantes mal-dormidos
metáfora descolorida
inchada de boa intenção

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

... imensurável!




... as palavras insistem em não sair
E as lembranças, uma constante
Como posso descrever em palavras
O sentimento imensurável e infinito
A limitação para o amor é o desafio
O desejo que não se descreve
A intangível sensação do prazer
O fervor de tua presença

Como dizer-te o que não sei definir
Teu gosto, cheiro e a canção ao fundo
As lembranças que vejo refletidas
Como descrever o que só aprendi sentir
Amor circunstancial que faz tremer
Que atordoa, satisfaz e faz sorrir...






Ser, cara pálida? Eita cantada chinfrin...


simetrias embarcam espumantes
amantes a deslizarem soberbo sobre píncaros
de um lado, não tanto mas mais e mais
doutro, saltitante esvoaçar hirto e milongueiro

doutra parte, entrega-se o mouro à amante,
doce e adorado para ela, nunca inoportuno,
sempre bem-vindo, doce amado de saudade grande,
ele mesmo apenas a querer mordê-la inteirinha sempre.

estranho modo de ser apaixonado:
a regaliar-se com suas ancas,
a florescer um encochar a cada noite juntos,
a friccionar suas mucosas de diferentes maneiras.

Parece que isso é muito comum,
desde meninice, eles os brutos,
elas as maduras, serenas, decisivas
em nosso ser, no mundo, vida afora.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

...queria...


ter mais amigos verdadeiros
do que conquistei...
queria ter escrito mais poesias
e menos pareceres...

queria ter cantado mais vezes
fora do chuveiro...
queria ter tomado mais sorvetes
nos dias de inverno...
queria ter tomado banhos de chuva
nas noites de verão...
...
queria...
ter concretizado mais sonhos do que pudesse ter,
ter tido menos sonhos e vivido mais intensamente,
ter mais amores sinceros do que tive,
...
queria...
ter um grande amor pra recordar ...
uma dança no baile para lembrar...
ter sido o brilho e atenção naquela noite!

Queria,
ter comprado mais sapatos e menos livros...
e ter lido todos os livros que comprei...
queria tê-los lido mais por prazer do que por obrigação...


terça-feira, 25 de setembro de 2007

quem és?!


...

Apaixonar-me
Nas entrelinhas de suas palavras
E te ver chegando sem saber que és tu!

Ouvir teu sussurro em meus sonhos
Sem ao menos conhecer tua voz
E te ver sem reflexo num espelho!

Sorrir com tuas loucuras
Querer-te sem te conhecer
E te ver, sorrindo de meus anseios!

Deixar-me conduzir numa dança
Na mistura de sons e ritmos
E te ver me guiar, sem ao menos te conhecer!


sexta-feira, 21 de setembro de 2007



eu, cesta sem feira
passado mudo
palavra à procura do canto

quadrado sem lados,
queda ralo afora
e se vai sem estalos

morte sem papai noel


Que é a morte?
Que isso significa?
Que o pior de tudo sobreveio.
Nos fudemos...
Todos.
Tudo.
Nonada.
E a história de virar estrela
é o Papai Noel do sobrevivente.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Ser Poeta - Florbela Espanca


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

...loucura!


... e quando me perco
é exatamente quando me encontro
Quando minhas loucuras me dominam
e me torno simplesmente eu
Minha triste lucidez
Estampada nos olhos
Vendo o doce alvorecer
Respingar sua essência no ar
Sentindo as últimas gotas de orvalho
Regendo sua orquestra de sons difusos
O fim mais próximo
Ou apenas o começo
E rio pra mim mesma
Sem perceber que os sons calam
Na loucura dos que observam...



sexta-feira, 6 de julho de 2007

...olhos no papel...


...

A caneta percorre papéis em branco
Riscam, desenham, rabiscam
Figuras disformes aparecem
Desenhos com jogo de luz
São olhos, talvez ,sem face
Observam o que ali deveria conter
Esperam o que deveria ali estar
Algumas palavras ensaiadas
Truques de letras embaralhadas
Arriscam-se algumas frases
... quisera eu poder tocar-lhe
Pudera eu ousar sentir-lhe...
Mas, rabiscos as cobrem e outras se fazem
... e a cortina se abre
Cada novo dia um novo começo...
Cavalo, rifle... pocotó...
Frases de um livro qualquer
Horas se passam e, cerram-se
Os olhos cansados de olhar!


segunda-feira, 25 de junho de 2007

... paixão!


Os corpos... agora apenas um
Sua mão me conduzindo até o leito
Tua boca calando meus gemidos
Seus sussurros a me enlouquecer
Sinto teu cheiro
Percorro teu corpo com minha língua
Degusto, provo teu ser
Me deleito com teu sabor

Dito as regras
Ensino meu jogo
Mas és tu que me domina
Me doma, me toma

Brinca com minhas emoções
Quais emoções?
Já não as posso definir

Teu corpo tão leve sobre o meu
Rijo me torna outra vez mulher
Me prende e não mais quero me libertar

Me toma outra vez
Agora em teu colo
Me faz ninar ...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

... ressentimento!


Vejo ao longe...
Hesito me aproximar
Titubeio e lá estou
Mas há outro em meu lugar
Os sentimentos se misturam
Mas percebo que em nada pensava
Ali estão, com cingidos sorrisos
Com falsas promessas
Buscando na fútil realidade
Algo em que acreditar
Se pautando em pouca cultura
Se moldando por um consumismo exacerbado
Queria falar-lhe, sentir-lhe
Por uma fração de segundo os olhos se cruzam
Disfarça, e esconde a face
Como se não me conhecesse
Ignora o que fui e podia ser
Não insisto desvio o olhar
Me tranco em silêncio
No obscuro de minh'alma
Observo a vida, analiso os gestos
E percebo que a tristeza que me sobrevem
Se faz pelo que não me permitiu viver
Felizes os momentos
Seria de todo impossível esquecer
Me pego então a sentir e ressentir
E a amargura de sua distância me atordoa
Os riscos existem
Alguns são dignos de se correr
Mas o medo de riscos é indesculpável...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

até quando?


o caminho depende do andarilho –
reto e luminoso aos venais cínicos, a maioria,
circular beco sem-saída aos que dizem não.


...janela!


Distante parece o que desejo
Da janela fosca maltratada pelo sol
As cores insistem desbotar
Figura desconhecida
Vejo a silhueta a vagar
Quero tocar
Insisto em gritar
Mas os sons não saem
As palavras me fogem a mente
Me furto então a continuar
Não vejo o semblante
A silhueta permanece
Vejo sempre
Figura sublime a passear!


... ocultismo!


Silenciosa vago descalça
Por lugares onde andei
Onde não mais deveria estar
Vejo os mesmos olhos
Sinto o mesmo cheiro
As vidas paradas no tempo estão!
Insistem alguns em relutar
Mas sinto ainda o sabor
Incrédulo de insatisfação no ar
O inconformismo latente
Dá lugar ao ocultismo subentendido
As pessoas criando seu próprio caos...

terça-feira, 19 de junho de 2007

...Mon Fils, Má Vie!


Enquanto dorme velo seu sono
Acaricio tua pele
Sinto o cheiro de tua respiração
Tão inocente
Queria não me ausentar de ti
Proteger-lhe do que desconhece
Cuidar de teus passos
Guiar-te até não mais permitir
Zelar pela tua vida
Única razão de minha existência
Parcos os momentos que te tenho
Ainda sim, intensos como teu sorriso
Assim és ..
Pura e simplesmente minha vida
Tuas palavras
Cada dia uma nova palavra
Sinto falta de ouvir-te com ineditismo
Saudades de tuas mãozinhas a me puxar
Pra mostrar-me o que eu bem conheço
E que pra ti é tão surpreendente
Lamentos de não ter a mesma inocência que portas
Pra quem sabe assim, entender toda sua essência
Te conheço com um olhar
Mas parte do que se tornará é o que me fascina
Rogo por tuas trilhas
Pois és Meu Filho, minha Vida
Em torno de quem meu mundo gira
E quem o faz girar!

... separação!


... as palavras somem
assim como seu semblante se desfaz
Querer o que não posso ter não mais me encanta
Lutar em vão me deixa aturdida

Se vai pela penumbra
Numa noite qualquer sem me falar
Deixa o seu cheiro em minha cama
Deixa seu gosto no meu corpo e se vai

Os olhos não mais se encontram
Ainda que diante um do outro esteja
Os toques são desenfreados
As frases desconcertadas

Te vejo mas não mais o tenho
Se é que algum dia o tive
Hoje não mais posso te tocar,
Te querer ou desejar...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

... dia dos namorados

Lá se foi, mas um dia de comércio...
Assim como outras datas comemorativas
O dia foi só correria atrás do tão esperado presente
Poucas são as pessoas que dão um pouco de si neste dia
Presenteiam, mas não pelo significado
Presentes dão, como se fosse um fardo
Deturpado dia dos namorados
O que era pra ser uma lembrança para os 'enamorados'
Agora é só mais um dia corriqueiro
Ainda assim
Os sorrisos estão mais radiantes
As pessoas mais inspiradas
As rosas mais presentes
E a amargura da solidão,
Uma figura latente ...
Gosto de dias assim,
SIMPLESMENTE INTENSOS!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

...ciúmes!


... e os olhares não são mais para mim
agora é outra a perna que acaricia
Os jantares são para outra preparados!
Sinto falta até mesmo de nossa distância
De poder tocar-lhe
De poder te abraçar quando medo sentisse
Saudades de tudo o que ousamos viver
De deitar-me ao teu lado e ser ninada
De chorar, só pra te ver segurar minhas lágrimas
De pular no teu colo como criança
E te ver se alegrar por isto
De correr de você
Mesmo correndo o risco de não te ter atrás de mim
Das loucuras insanas que fizemos
Dos lugares loucos, em que estivemos
Do frio congelante enquanto fazíamos amor
Do calor do teu corpo, que me aquecia
E fostes assim, meu
Por longo e prazeroso tempo
e teu coração permanece
Enquanto teu corpo é de outra
Teu toque
Teus olhares...
Tua essência, tudo enfim!
Pois sinto ciúmes por tudo que fostes
Por tudo que trouxe a minha vida
Por toda verdade que me permitiu ver
Por ter sido o que pra sempre será
Minha vida...



segunda-feira, 4 de junho de 2007

...máscaras!


As máscaras caem
Os olhos que outr’ora flamejavam simpatia
Agora exalam rancor e mágoa
Lá se vai ela..
Com a fronte baixa
Soltando murmúrios insanos
A metade oculta
Onde a sombra se faz
A parte que desconheço
Que não acreditei existir
Somos todos assim
Duas vertentes
Dois pólos
Duas vidas, ou mais
Somos seres etéreos
Ou seres esdrúxulos?!
Somos o que não deveríamos
Ainda assim, escolhemos
Quer seja o bem ou mal
Mas nós escolhemos
E os lamentos dessa vida
São frutos das sementes que joguei
Exasperada..
Sem máscaras
Perambulando sem prumo
Sem porto, um cais...

...quero...


...quero me apaixonar por você todos os dias
Sentir o frio na barriga da primeira vez
Andar de mãos dadas
Te exibir pra todos verem o que sentimos
Estar ao teu lado orgulhosa
Ver estampado em teu rosto a alegria
Quero que digas é ELA
Quando me ver chegando
seja, ...
Suada, correndo
Descabelada ao acordar
Com pantufas de joaninhas
Usando pijamas e meias de dormir
Quero sentir que se alegra ao me ver
Ter seu corpo entrelaçado ao meu
O beijo carinhoso no pescoço
Quero ter a proteção que inspiras
Afagando meus cabelos no meio de todos
Brincando com meus dedos
Enquanto inquietos assistimos ao noticiário
Quero deitar e dormir
Quero acordar e te admirar ao meu lado
Quero preparar-te o café da manhã
Te afagar em meu ventre
Quero sentir o gosto dos teus beijos roubados
E a delicadeza de cada novo dia ao teu lado
Quero que cada dia, seja como o primeiro
Que sejas meu, sem medo ou pudor
Quero ser tua menina
Quero você...



...solidão!


E tua ausência se faz
Imponente machuca
É quando me vejo cercada de pessoas
E ainda assim, sozinha estou

Apesar de saber que as cores e os sons lá estão...
Tudo fica pálido, lento e silencioso
O obscuro do ser humano vem a tona
E me sinto impotente, nua no frio congelante

Tudo o que eu queria é que ali estivesse
Pois a inquietude me tortura
Passo as noites a vagar pela imensidão
A rastejar por um quarto vazio

Tateio o lençol pra ver se te encontro
Deslizo minhas mãos pelo meu corpo
Desejando que elas fossem as suas
Mas tua distância é lídima

Ouço choros e murmúrios
Sem perceber que os sons saem de mim
E toda a delicadeza que ali esteve
Hoje é só solidão...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

... angústia!


... ouço ao longe
Passos curtos
Pigarros de um bêbado qualquer
O som da chuva no asfalto
São agulhas
Ouço nítidas, tilintar
O cheiro de um dia que se foi
Do calor que ali esteve
Do fervor de pessoas a sorrir
Pessoas se abrigam
O gosto negro me inquieta
As horas se arrastam
Não o vejo chegar
O sal queima meus lábios
O choro verte d'alma
Lá permaneço, inexorável
Como um pássaro,
angustiada sem saber voar...


quarta-feira, 30 de maio de 2007

quais mares?


sob frentes frias,
calotas polares a derreter,
degelos natalinos europeus,
e eu a me perguntar:

se o poeta está certo,
e é o mar quem me navega,
aonde eu chegarei?

aos maravilhosos anos 80, com tudo que prometiam
e não aconteceu?
nos péssimos anos 90, com tudo o que aconteceu
e não prometiam?
nos anos 70, com tudo o que prometiam
e aconteceu?

Ou ao século XX inteiro, com tudo o que negou
e abortou?
aos últimos 300 anos, com tudo o que buscou
e foi negado?
aos últimos cinco mil anos, com tudo o que aconteceu
e foi esquecido?

Começa-se uma nova história
e repetem-se todos os erros das anteriores?
Até quando andar em círculos infernais
e seu rastro de sangue, dor e extorsões?

calar dizendo, dizer calando

Cruzamento de silêncios,
ermo gritante,
com palavras sem cheiro,
nem cor, nem sabor: ocas.

Tumultuados e serenos
são os últimos minutos
de um condenado
à vida por enforcamento.

Balançam no galho os sonhos,
a memória, lágrimas secas
estômago afora
a farfalhar pleno de vazios.

Passos emparedados
de sol escuro a iluminar,
com suas trevas,
qualquer ilusão que reste intacta.

... nostalgia!


E vejo-me... de volta ao pé de Juá
Sorrindo, alta e imponente no galho
Marcando e deixando um pouco de nós ali
... sinto ainda o mesmo cheiro
Das pitangas no pé atrás da escola
O gosto do coco que invadia até os cabelos
Das inúmeras marias-moles
Das uvas e balas de maçã-verde
Que não mais cabiam na boca
A sensação serena dos piqueniques
Dos cafés da manhã em um supermercado
... gosto e cheiro de tudo o que dividíamos
Lembranças do medo do fim
Saudades do que foi e não vai voltar
Dos amigos distantes
Dos planos para o tão esperado fim
Ou seria o começo...?!
Saudades da menina "Hip-Hop"
Lembranças de quem esteve e não mais está...

terça-feira, 29 de maio de 2007

.. lascívia!


Ébrio... saboreando meus beijos
Desenhando meu corpo
Mordiscando meus seios
Sublime e edaz desejo

Desperta a lascívia
Torna rubra minha pele pálida
Toca meu corpo gélido
E deita-me

O frio do mármore arrepia
Os olhos fixos nos meus
O toque dos lábios
Teu corpo recosta no meu

Firme, imponente
Tua rigidez a me torturar
O cheiro do álcool
O gosto ... qual gosto?

Me faz tocar-lhe
Correr os meus braços por teu corpo
Minhas pernas atracadas à tua cintura
Tua força, fazendo pressão sobre mim

Procuro me aquecer
E o calor a subir-me pelas pernas
Procuro o que tocar
Hesito, mas enlouqueço

Calo os gemidos com sussuros
Com frases feitas
Sem verso nem rima
Sinto tua proximidade

Teu calor a me tosquiar a pele
Teu beijo, tua boca
Me tornando outro novo dia
Uma nova mulher...

.. lágrimas!




Não saberia ao certo lhe explicar
Talvez em momento algum saiba o que dizer
É sublime a paz que tenho sentido
E suave o silêncio que ela me traz
Só tenho ouvido aos meus sentidos
E o coração não me deixa escutar
O que outras bocas vêm me dizer
E decepções vêm me trazer
Talvez perceba em mim uma lágrima escorrer
Mas não da face que ousou tocar
E sim da alma que não soube acalentar
Um dia talvez venha me falar
Não com frases que ouviu dizer
Mas sim, com lágrimas de quero voltar
Em outros tempos talvez
Descubra o que eu poderia te fazer
Mas mínimas são as chances
De outra vez você me ter
Se lhes disserem que não sou tudo o que desejas
Mostre-lhes que fui mais do que merece
Só que nada fui, nada serei
Além de simplesmente eu
Talvez em algum momento saiba lhe explicar ...


...olhar!

És belo teu olhar
Assim como tudo que se torna teu
Os olhos que me observam
Que me guiam como faróis
Olhos os teus
Capazes de iluminar a mais sombria noite
De tornar o ardor do suor
Tão puro e doce como um beijo
Me ensinastes a fazer amor
Gozar no mais sublime prazer
És teu o olhar
Que me conduz aonde quer que eu vá
Entre céu e mar
És a mais rara beleza
É teu o olhar que acende minha alma
Que afoga-me num terno e breve naufrágio
Onde deleito-me da morte
E tu, cm teu olhar
Me possui em vida eterna

...possessão!




Queria possuir-te agora
Em meio a solidão que me apavora
Preciso de teu sorriso
Selado aos meus lábios úmidos
Banhados da tua saliva e do teu suor
Anseio gozar teu sabor
Até não definir qual gosto é o teu
Levar-te onde jamais esteve
Onde teu sussurro vai se unir ao meu gemer
E fazermos amor de um jeito louco
Até cessar o desejo insaciável
E esgotar o inesgotável
Me permita ser eu
E seja apenas você
Me ensine a magia da paixão
E me faça ser tua
...
Com toda minha inocência violenta

... frases perdidas na net!

A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo
Sem tira-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim
Para mostra-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros.

Afinal eu posso ser sempre melhor.

A lutar contra as injustiças;
Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhosa com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente
Pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordada;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e esta me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi e, usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.
Sou feliz amo minha vida, minha família, meus amigos, meu amor, meus colegas, meus rivais!!!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

...anjo ou demônio?!


Sou bruxa, sou santa
Loucura triste e insana
Anjo aos olhos que me vigiam
Demônio aos braços que acariciam

Sou pura, sou puta
Beata enlouquecida
Anjo no doce dos lábios
Demônio no fel da carne

Sou céu, sou Mar
Calmaria enternecida
Anjo no torpor da alma
Demônio no prazer do corpo

Sou tua, de todos
Prazer enobrecido
Anjo puro, calmo e terno
Demônio insano, triste e louco...

... mais cartas rasgadas!


Não o melhor dos momentos, mas ainda assim o mais oportuno.
...
Pediu-me pra escrever meu amor por ti, com palavras que só pra ti se fizessem... que não contasse em nossa história um amor que eu já tenha vivido. E aqui lhe digo, isto seria de todo improvável.
Os desejos são outros, assim como os medos!
...
Não aprendi a conviver com aquilo que desconheço.
Procuro em tua essência todo amor que diz sentir, pra que eu mesma possa me revelar pra ti... Mas a parte de ti que não conheço, por vezes se faz maior!
Queria conhecer teus medos, compartilhar suas angústias... Pra que minha história contigo, pra que o “EU E VOCÊ”, não se resumisse aos nossos momentos.
Para que me amasse na minha ausência, tanto quanto no calor de minha presença.
Pra que fossemos um, ainda que distantes.
Pra que eu pudesse conhecer-lhe só de olhar... E saber de teus desejos só de ver o movimento de teus lábios.
...
O carinho com que cuida de mim, é tão doce quanto o abraço que outro’ra me acalentou.
...
Não quero ver as mudanças, apesar de saber que elas estão lá.
...
O teu toque, o teu olhar que me enfeitiça enquanto me possui, não quero que seja só isso!
...
O teu gosto e teu cheiro na minha pele... Tua voz gritando seus desejos... Tua força delicada ao me tornar cada novo dia uma nova mulher... PUDERA NÃO SER SÓ ISSO.

Adoro o que conheço de ti e abomino o que não posso compreender!
Sua vida na minha, agora NOSSAS vidas... e as voltas que o mundo dá, quisera eu poder dizer onde vai dar.
Amo Muito, desejo muito... Sempre com toda intensidade que de mim emana!

Beijos.

...palavras no tempo!

São como o tempo... as pessoas
Levam um pouco de nós..
Deixam um pouco de si...

São como o vento... as tristezas
Carregadas do que foi e não mais está
Deixam a ausência do que ali esteve e não vai voltar

Assim és tu
Tão imponente, mas deveras impotente
Não sabe estar e permanecer
Calar não sabe, o que não devia dizer

E segues.. ausente e distante
Ainda que caminhando ao lado
Imprudente, suas palavras ferem
Destoam o que o teu toque sutil diz

...saudades!



Saudades do teu toque sutil
Do gosto da sua pele suada
E os beijos ofegantes que calam
Os gemidos e doces sussurros

O ritmo que nos embala
Despertando-me dos sonhos
Deturpando meus desejos
Refutando minhas emoções

Vejo por entre as frestas
No vidro fosco não tão distante
Por entre gotas coloridas
Refletindo os raios da vida

Sinto ainda o mesmo calor
Da proximidade de seus olhos
Do fervor de teus lábios úmidos
Desenhando as curvas do meu corpo

...porque Tua mão em meu peito, é a minha!

Sinto uma chama que queima em meu peito
Sua ausência é como fogo que arde sem se ver
Preciso de você para que meus dias sejam dias
Para que os meus sonhos deixem de ser sonhos

Tem algo sobre você, olhando nos teus olhos
Pareço encontrar tudo que procuro e desejo
Preciso desse seu amor em minha vida
Eu quero me apaixonar por você a cada dia

Não faça mais jogos com os meus sentimentos
Nem me deixe mais sozinha e sem direção
Esperando por você, ansiosa por seus beijos
Chorando a dor da distância que você criou

Eu te amo sem saber como e nem quando
Te amo simplesmente, com a doçura de uma criança
Com os desejos loucos de uma mulher
E assim te quero profundamente

Sem complicações nem orgulho
Assim te amo porque não conheço outra maneira
E batizo minhas lágrimas enquanto te venero
Pois tua mão em meu peito, é a minha

Nada significa nada,
A não ser que você esteja comigo
Eu posso respirar ou morrer dormindo
Por que é você que estará sempre em meus sonhos...

...papel picado ...

Rubra e ofegante
Saracoteando na escuridão
Mulher sedosa, com dengo a se banhar
E lá estão.. olhos a lhe admirar!
_____________________________

Perdido, na inquietude de sua ausência
Com sorrisos polidos
A calar com frases feitas
Tudo o que apenas ousei sentir!
____________________________

A inocência com que me entrego
Sem gana , nem culpa alguma
Pálida outro'ra fui
Agora rubra a ofegar!
_____________________________

Tão profana
Pressionas meus lábios
Afogueia meu corpo
E lança-me a esmo
Somente a regozijar
Tão simples, tão puro
Subestima o que fui
Tortura o que sou
Turva meu caminho
E se põe, lúcida a me guiar

...

terça-feira, 22 de maio de 2007

...oh chuva!

... pessoas disputando, palmo a palmo, um lugarzinho embaixo dos toldos das lojas que se seguem pelos calçadões... outros arrancavam a blusa de sopetão e jogavam-na sobre a cabeça, para proteger as "chapinhas" feitas no final de semana...
E assim a elegância do "outono - inverno" deu lugar as caras e feições carrancudas, de quem acordou esperando o sol nascer... !

segunda-feira, 21 de maio de 2007

.. cartas rasgadas!

Procuro dia-a-dia maneiras simples de demonstrar-lhe tudo o que sinto por ti
Mas como poderia eu definir com palavras sentimentos que ouso sentir...
Saibas que nada do que eu possa dizer-te, ou que tu possa em algum momento falar-me, vai mudar o que sinto por ti
São tão raros os nossos momentos, são tão loucas as nossas noites e maravilhosos são todos os nossos dias, assim como são sofríveis aqueles em que nos distanciamos
Preciso muito de ti ao meu lado... não me faça desistir de lutar por nossas vidas!
O que poderia eu dizer-te, que já não o tenha dito...?!
Nunca saberei, pois a cada dia que passa venho renovando minhas emoções de estar ao seu lado... e escassas são as palavras para defini-las
Ainda assim... amo-te
Amo cada milímetro de seu ser
...amo teu olhar, teu sorrir, teu falar
...amo teu toque, teu prazer, teu gozo
...amo teu cheiro, tuas carícias, teu suor
... tuas sandices, teus beijos, teu calor...
Amo, amo... amo tudo que há em ti!
Amo-te tanto que só o que odeio é não conseguir odiar-te por momento algum
Te amo com tudo o que há em mim
Com a ternura de uma menina e os desejos de uma mulher ...

...inquietude

A profusão de luzes e sons
O ranger dos ponteiros a se arrastar
Ganidos de um vira-lata qualquer
E tua ausência a me pertubar

Ouço longe
Sons, carros
Crianças saracotendo
E tudo se vai, num ricoxete de cores

A tv se apaga, na luz a meio fio
Calor, frio, sede e fome
As joaninhas passeiam pelo piso gélido
Enquanto, úmido gesso respiro

Os olhos pesam, lágrimas rolam
A lucidez esconde meu sorriso
Palavras, notícias velhas do dia-a-dia
E tudo se inicia

sábado, 19 de maio de 2007

Aonde o silêncio?

Acabou aquela história de o mais profundo silêncio tomba sobre a noite escura e fria.
Passos ébrios zig-zagueiam no meio fio.
O relógio do semáforo range.
Sussurros de chuva fina no telhado de zinco, tão sem aroma.
O latido distante de algum cão histérico.
Rasga a poça um ônibus às escuras roncando rumo à garagem.
Um bebê assustado resmunga sons violetas enquanto muda de posição.
A velha do décimo andar do outro lado da rua atolada numa tosse seca de fumante.
Isso sem contar o ronco de estômagos famintos dos tantos esquecidos nos subúrbios, nas favelas, sob viadutos... órfãos de luz e voz. Até quando?

sexta-feira, 18 de maio de 2007

... onde estás?


Fostes meu assim
Tão pouco mais intenso
Na luz a meio fio
Num dia outonal

Saudades de tua voz a me ninar
Da respiração ofegante ao me falar
Do gosto que teu som fazia
Do cheiro que insisto lembrar

Lembranças da nostalgia
Do vinho que não provamos
Dos parcos beijos que trocamos
Dos lugares que não frequentamos...

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Troca

O risco de olhar sem nada ver,
aroma apagado, cores mudas,
cavalgar esquinas hirtas.
Lúcido silêncio num cais sem porto.

... saudade do que foi e não pode voltar, ou será que é do que ainda não foi?!?!?


São tristes os olhos por trás da vidraça
Quebrados e opacos no triste entardecer
As cores pálidas do fim do outono
A garoa fina do início do inverno

Os outdoors que reluzem aqueles velhos olhos
A natureza morta a me pedir perdão
O medo de não mais ver reluzir o sol
E o gélido ar a congelar-me o coração

A solidão chegou com o inverno
E os olhos lacrimejam a dor da alma
O medo de não mais sentir teu calor
E não mais ter teu corpo para acalentar o meu

De não mais ouvir tua voz
E sentir teus lábios calando gemidos
E os antigos olhos de menina
Hoje refletem uma alma velha e amargurada