domingo, 16 de abril de 2017

...despida!

Discreto, mas ouço o carro encostar
E em silêncio me arrisco no escuro
O frio vertendo meu rosto
Na rua, algumas luzes ainda acesas

Teu sorriso fascinante atrás do vidro
Um beijo desesperado que me toma o fôlego
Arrepiada, sinto tuas mãos a me despir
E teu agasalho sugando as gotas do meu banho interrompido

Afasta o banco, me pega em teu colo
De frente, te beijo enquanto te sinto
Num ímpeto desabotoa minha camisa
A mão correndo por entre minhas coxas

Com calma, mãos entrelaçadas
Sinto teu gosto, beijo teu corpo
Minha camisa aberta, única a me cobrir
E despida, em silêncio, te sinto gozar

Tuas mãos me puxam com força
Sussurrando em meu ouvido, me faz gozar
Luzes se acendem e ainda despida, me despeço!

...insana!

...parados a meio fio
Os raios de sol cortando a neblina
Os vidros ainda úmidos, embaçados
Ao som de uma música de fundo, qualquer

Teu toque sutil entre minhas coxas
Afasta o banco e me puxa contra si
Me enclino sobre teu peito, tateio
Sua pele quente a me instigar

Meus dedos desabotoam sua camisa
Roçando meus lábios em teu pescoço
Sentindo teu gosto, teu cheiro
Entrelaço  minhas pernas em teu colo

Recosto no volante e te toco
Prendo tuas mãos sobre a cabeça
Provoco, me encaixo...me entrego
E te sinto me puxar

Me pega pela cintura
E me embala, me toma
A respiração rarefeita, ofegante
O desejo incontido no ar

Um beijo desencontrado, sugado
Insana...me entrego ao teu toque
Ao teu gosto, teu corpo...teu cheiro

E te sinto outra vez...
Enquanto marco o vidro embaçado
Ainda parados num meio fio qualquer!