quarta-feira, 30 de maio de 2007

calar dizendo, dizer calando

Cruzamento de silêncios,
ermo gritante,
com palavras sem cheiro,
nem cor, nem sabor: ocas.

Tumultuados e serenos
são os últimos minutos
de um condenado
à vida por enforcamento.

Balançam no galho os sonhos,
a memória, lágrimas secas
estômago afora
a farfalhar pleno de vazios.

Passos emparedados
de sol escuro a iluminar,
com suas trevas,
qualquer ilusão que reste intacta.

Nenhum comentário: