sábado, 19 de maio de 2007

Aonde o silêncio?

Acabou aquela história de o mais profundo silêncio tomba sobre a noite escura e fria.
Passos ébrios zig-zagueiam no meio fio.
O relógio do semáforo range.
Sussurros de chuva fina no telhado de zinco, tão sem aroma.
O latido distante de algum cão histérico.
Rasga a poça um ônibus às escuras roncando rumo à garagem.
Um bebê assustado resmunga sons violetas enquanto muda de posição.
A velha do décimo andar do outro lado da rua atolada numa tosse seca de fumante.
Isso sem contar o ronco de estômagos famintos dos tantos esquecidos nos subúrbios, nas favelas, sob viadutos... órfãos de luz e voz. Até quando?

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